quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PNL...

É difícil definir “Programação Neurolinguística” (PNL). O sistema original de terapia e autoajuda a adotar o nome foi criado, na década de 70, pelo linguista John Grinder e pelo psicólogo Richard Blander, nos Estados Unidos. Eles propunham que deveria ser possível reproduzir o sucesso de figuras eminentes a partir da imitação do modo de falar, pensar e agir dessas pessoas. Indo um pouco mais fundo, Grinder e Blander acreditavam ter descoberto uma espécie de “linguagem de programação” mental: de acordo com eles, certos modos de comunicação permitiriam ajustar a mente para a obtenção de resultados desejados, sejam eles terapêuticos, econômicos, etc. Em outras palavras, a linguagem – oral, corporal, etc. – “programa” o cérebro.

De lá para cá, a ideia foi abraçada por vários grupos, na interface entre o misticismo New Age e o ecossistema corporativo de consultorias e autoajuda, assumindo formas que vão de seminários que ensinam a caminhar sobre brasas à pregação de doutrinas não muito diferentes da Lei de Atração promovida pela turma de O Segredo. A linguista Karen Stollznow se refere a essa face popular da PNL como “Amway da mente”. “Esses cursos (...) garantem que, se você não mudar sua vida, certamente mudará sua conta bancária”, escreve ela.

O problema com a concepção original da PNL é que, embora pareça fazer sentido, ainda que de um modo meio vago e superficial – “a linguagem programa o cérebro humano” pode ser uma metáfora válida para o processo educacional ou uma enorme bobagem, dependendo de como se interpreta a frase – ela não funciona. Simples assim: seus princípios foram testados por cientistas e determinou-se que não são válidos.

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