sábado, 13 de dezembro de 2014

Lenda de Sião...


Sião, muitas luas atrás...

Dizem, em Sião que quando um homem se apaixona por uma mulher profunda , louca e irremediavelmente, ele é capaz de fazer qualquer coisa para mantê-la ao seu lado, agrada-la, fazê-la feliz e valorizá-la.

Certa vez, houve um príncipe de Sião que se apaixonou com essa força por uma mulher de rara beleza. Ele persistiu e a conquistou, porém, algumas semanas antes do casamento - celebração que incluiria uma festa nacional -, o príncipe ficou preocupado.

Ele sabia que devia, de alguma maneira, provar o seu amor por ela com um ato de heroísmo e poder, que uniria os  para sempre. Ele  precisava encontrar algo tão raro e belo quanto sua amada. Depois de muito pensar, chamou os três servos em que mais confiava e disse a eles que deveriam fazer: 

-Ouvi historias sobre a orquídea negra, que floresce  no nosso reino, no alto das montanhas do norte. Quero que a encontrem e a tragam para que eu  a dê à princesa no dia do nosso casamento. Aquele que me trouxer a orquídea primeiro será recompensado com um tesouro que o fará um homem rico. Os dois que falharem não viverão para assistir ao meu casamento.

O coração dos três homens, ao se curvarem em frente ao príncipe, se encheu de terror, pois sabiam que estavam diante da morte. A orquídea negra era uma flor mítica, assim como os dragões dourados e cheios de joias que adornavam as proas dos barcos reais, que levariam o príncipe ao templo onde se casaria com a nova princesa. Era uma lenda!

 Naquela noite, os três homens voltavam para as suas famílias e se despediram. No entanto um deles, deitado nos braços da esposa que chorava, era mais esperto que os outros e tinha ainda mais vontade de viver do que eles.  Quando chegou a manhã , ele havia traçado um plano. Partiu para  o mercado flutuante, que vendia temperos, sedas e flores . Lá, usou moedas para comprar uma linda orquídea de um rosa muito intenso, repleta de pétalas escuras e aveludadas.

Depois, andou com a flor na direção dos estreitos klongs de Bangkok  até achar o  escriba sentado entre rolos de pergaminhos na escura e úmida  sala de trabalho, nos fundos de sua loja. O escriba já  havia trabalhado no castelo, era assim que o servo o conhecia, mas seu trabalho fora considerado indigno devido a algumas imperfeições na sua letra.

-Sawaldee krup, escriba. - o servo colocou a orquídea sobre a escrivaninha. - Tenho uma tarefa para  nós dois e, se você me ajudar, posso oferecer riquezas com as quais você apenas sonhou.

O escriba, que havia sido obrigado a escrever por dinheiro para sobreviver desde sua saída do palácio, olhou para o servo com interesse.

-Como faríamos isso?

O servo apontou para a flor.

-Quero que use sua habilidade com as tintas e pinte as pétalas dessa orquídea de preto.

O escriba franziu as sobrancelhas ao olhar o servo e analisou a planta.

-Sim, é possível fazer isso, mas, quando crescerem novas flores, elas não serão negras e você será descoberto.

-Quando crescerem novas flores, você e eu estaremos a muitos quilômetros daqui, vivendo como o príncipe a quem sirvo - respondeu o servo.

O escriba balançou lentamente a cabeça enquanto pensava na proposta.

-Volte aqui ao cair da noite e você terá sua orquídea negra.

O servo voltou para casa e pediu à esposa que arrumasse seus escassos pertences. Prometeu-lhe que, depois, ela poderia comprar o que seu coração desejasse e que ele daria a ela um lindo palácio, muito longe dali.

Naquela noite, ele voltou à loja do escriba e perdeu o fôlego de alegria ao ver a orquídea negra sobre a escrivaninha. Observou as pétalas e viu que o escriba havia feito um excelente trabalho.

-Está seca - comentou o escriba - e a tinta não sairá nos dedos de quem quiser tirar a prova. Eu mesmo testei. Teste você.

O servo testou e viu que seus dedos não ficaram sujos de tinta.

-Mas não sei dizer quanto tempo irá durar. A umidade da própria planta molhará a tinta. E ela nunca deve ser exposta à chuva, é claro.

-Está boa o suficiente - afirmou o servo, pegando a flor. - Estou indo para o palácio. Encontre-me às margens do rio à meia-noite e lhe darei sua parte.

Na noite de seu casamento com a princesa, e depois de haver compartilhado seu dia de felicidade com o reino, o príncipe entrou em seus aposentos privados.

A princesa estava no terraço, olhando o rio Chaopraya, que ainda estava iluminado com os reflexos dos fogos de artifício disparados para celebrar sua união com o príncipe. Ele foi para perto dela.

-Meu único amor, tenho algo para você. Algo que representa sua raridade e perfeição.

Ele lhe entregou a orquídea negra, que estava dentro de um pote de ouro sólido enfeitado com joias.

A princesa olhou a flor e as pétalas negras como a noite, que davam a impressão de sofrerem sob a pesada cor produzida por sua espécie. A planta parecia cansada, murcha e malévola com sua escuridão antinatural.

Porém, ela sabia o que estava segurando, o que significava e o que ele havia feito por ela.

-Meu príncipe, é primorosa! Onde a encontrou? - ela perguntou.

-Procurei pelo reino, de uma ponta a outra. Tenho certeza de que é única, assim como você.

Ele olhou para ela, com todo o amor que sentia brilhando em seus olhos.

Ela viu aquele amor e acariciou delicadamente o rosto dele, esperando que ele soubesse que era correspondido e que sempre seria.

-Muito obrigada, é linda.

Ele agarrou a mão dela em seu rosto e, ao beijar seus dedos, foi tomado pelo desejo de possuí-la por inteiro. Era noite de núpcias e ele havia esperado um longo tempo por isso. Tirou a orquídeas mãos dela, a apoiou no terraço, abraçou a princesa e a beijou.

-Venha para dentro, minha princesa - ele murmurou em seu ouvido.

Ela deixou a orquídea negra no terraço e o seguiu até o quarto. Um pouco antes do amanhecer, a princesa se levantou e saiu para dar bom-dia à primeira manhã da nova vida dos dois. Ela viu, pelas poças rasas, que havia chovido durante a noite. O novo dia estava nascendo, o Sol ainda estava meio escondido pelas árvores do outro lado do rio.

No terraço, havia uma orquídea rosa e magenta, no mesmo pote de ouro que o príncipe entregara a ela. A princesa sorriu e tocou as pétalas da flor, agora limpas e saudáveis por causa da chuva, muito mais bonita do que a mesma orquídea negra que o príncipe dera para ela na noite anterior. Um suave tom de cinza tingia a poça ao redor dela.

Por fim, ao entender o que acontecera, ela pegou a flor e cheirou seu divino perfume, ponderando sobre o que fazer. Era melhor contar uma verdade para ferir ou uma mentira para proteger?

Alguns minutos depois, ela voltou para o quarto e se aconchegou novamente nos braços do príncipe.

-Meu príncipe - ela murmurou enquanto ele acordava -, a orquídea negra foi roubada durante a noite.

Ele se sentou de repente, horrorizado, pronto para chamar os guardas. Ela o acalmou com um sorriso.

-Não, meu querido, eu acredito que ela nos foi dada apenas por uma noite, a noite em que nos tornamos um só, quando nosso amor floresceu e nos tornamos parte da natureza também. Não podíamos presumir que ficaríamos com algo tão mágico só para nós... E, além disso, ela iria murchar e morrer... E eu não aguentaria.

Ela pegou a mão dele e a beijou.

-Vamos acreditar no poder dela e saber que sua beleza nos abençoou na primeira noite de nossa vida juntos.

O príncipe pensou por alguns instantes. Depois, como amava a princesa com todo o seu coração e estava feliz por ela agora ser inteiramente dele, não chamou os guardas.

À medida que ele envelheceu e a união deles se provou bem-sucedida e abençoada com uma criança concebida naquela noite, e muitas outras depois, ele acreditou por toda
a vida que a mística orquídea negra lhes havia emprestado sua mágica, mas não pertencia a eles.

Na noite depois do casamento do príncipe com a princesa, um pobre pescador estava sentado nas margens do Chaopraya, a algumas centenas de quilômetros do palácio real. A linha de pesca estava vazia havia duas horas. Ele se perguntava se os fogos de artifício da noite anterior haviam espantado os peixes para o fundo do rio. Não pegaria nada para vender e sua família passaria fome.

Conforme o Sol subia acima das árvores da margem oposta para jogar sua luz abençoada sobre a água, ele viu alguma coisa brilhar entre os restos de algas verdes que flutuavam pelo rio. O pescador deixou a vara e entrou na água para pegá-la. Agarrou-a antes que flutuasse para longe e puxou um objeto coberto de algas para a margem. Ao remover as algas, que visão! Um pote feito de ouro sólido, decorado com diamantes, esmeraldas e rubis!

Esqueceu-se da vara, guardou o pote em sua cesta e partiu para o mercado de joias na cidade, sabendo, com o coração transbordando de felicidade, que a família nunca mais passaria fome.

A Casa das Orquídeas - 
Lucinda Riley
(páginas de 07 a 11).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Influência...

Mudança...



A Mudança, quando feita por influência de outras pessoas, pode ser sinal de fraqueza. 

Quando promovida sem prévio aviso, pode causar insegurança.
Mas é quando se muda para adaptar-se a um cenário adverso e imprevisível que revela-se o verdadeiro valor da mudança: em tempos incógnitos, é preciso ter a capacidade de saber decidir rápido, de tomar um caminho melhor com urgência a fim de que muitos danos sejam evitados. 
Neste momento, o promotor da mudança revela que é, na verdade, um líder que possui coragem e muitos conhecimentos, para poder guiar as pessoas por muitos caminhos diferentes. 
Mas, por maior que seja o preparo deste líder, sempre existem eventos que escapam ao poder das pessoas, e é por isso que toda Mudança deve requerer, sobretudo, sabedoria.

Augusto Branco.

Beauty...


Você...


PNL...

É difícil definir “Programação Neurolinguística” (PNL). O sistema original de terapia e autoajuda a adotar o nome foi criado, na década de 70, pelo linguista John Grinder e pelo psicólogo Richard Blander, nos Estados Unidos. Eles propunham que deveria ser possível reproduzir o sucesso de figuras eminentes a partir da imitação do modo de falar, pensar e agir dessas pessoas. Indo um pouco mais fundo, Grinder e Blander acreditavam ter descoberto uma espécie de “linguagem de programação” mental: de acordo com eles, certos modos de comunicação permitiriam ajustar a mente para a obtenção de resultados desejados, sejam eles terapêuticos, econômicos, etc. Em outras palavras, a linguagem – oral, corporal, etc. – “programa” o cérebro.

De lá para cá, a ideia foi abraçada por vários grupos, na interface entre o misticismo New Age e o ecossistema corporativo de consultorias e autoajuda, assumindo formas que vão de seminários que ensinam a caminhar sobre brasas à pregação de doutrinas não muito diferentes da Lei de Atração promovida pela turma de O Segredo. A linguista Karen Stollznow se refere a essa face popular da PNL como “Amway da mente”. “Esses cursos (...) garantem que, se você não mudar sua vida, certamente mudará sua conta bancária”, escreve ela.

O problema com a concepção original da PNL é que, embora pareça fazer sentido, ainda que de um modo meio vago e superficial – “a linguagem programa o cérebro humano” pode ser uma metáfora válida para o processo educacional ou uma enorme bobagem, dependendo de como se interpreta a frase – ela não funciona. Simples assim: seus princípios foram testados por cientistas e determinou-se que não são válidos.

A FELICIDADE EM NÚMEROS...

• 0,98m é a distância de casa, em metros, em que os tweets das pessoas começam a expressar menos felicidade (aproximadamente a distância de casa para o trabalho para quem mora relativamente perto). 

• 40% de nossa capacidade de ser feliz está ligada ao poder de mudança, de acordo com a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Riverside, Sonja Lyubomirsky. 

• 85 é o número de residentes em cada 100 que dizem ter sentimentos positivos no Panamá e no Paraguai, países mais positivos no mundo. 

• 20%. Para 1/5 da população dos Estados Unidos a sensação de felicidade não é afetada pelas flutuações de igualdade de renda do país graças à sua condição financeira. 

Ser feliz não é comer sempre o mesmo prato no restaurante que você mais gosta ou gozar de uma vida plena e tranquila; a ciência mostra que a chave para a satisfação pessoal é fazer coisas arriscadas, desconfortáveis e até mesmo desgastantes... (:

Justiça...

A justiça não consiste em ser neutro entre o certo e o errado, mas em descobrir o certo e sustentá-lo, onde quer que ele se encontre, contra o errado. T.R.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Valor intrínseco e extrínseco...

Há algum tempo atrás responder a essas questões seria talvez bastante provável e possível. Hoje ao invés de responder, nos colocamos mais e mais questões e perguntas a esse respeito. Mudaram os paradigmas que nos norteavam que nos guiavam e possibilitavam "algum acerto" acerca do que seria ou não arte. Não temos mais sólidas referências como no passado, ao contrário nos movemos em terreno movediço, nossos parâmetros não existem mais. Mudaram os códigos de leitura das obras, e hoje temos diferentes códigos para diferentes artistas.
Isso nos leva perigosamente a um pensamento simplista: em arte atualmente vale tudo, daí a dificuldade de leitura, pois existem tantos códigos quantos artistas e proposições. Mas, eu proporia a seguinte questão: onde vale tudo, nada vale. Ou seja, nada tem valor. E esta é uma questão importante quando nos fazemos perguntas a respeito de obras de arte. Então eu traria a seguinte proposta: o valor de uma obra estaria ligado ao seu corpo poético, o equivalente ao corpo espiritual. 
Teríamos o corpo físico da obra, seu aspecto concreto, a matéria da qual é formada e sua configuração e dinâmica no espaço. E teríamos o corpo poético da obra, qual um sopro de vida, seu fluxo e refluxo, sua vibração no mundo, sua potência. Muitas obras nos fazem a proposta de existirem efemeramente, mas seu corpo poético permanece vibrando mesmo após desaparecerem fisicamente. Lembro de Hélio Oiticica e de seus parangolés, suas performances. 
Ligia Clark e seus objetos sensoriais, suas manipulações in loco no próprio “espectador” de sua obra.  Talvez a muitas obras falte esse corpo poético que dá substância e essência a elas e resta tão somente a inexpressiva máscara da aparência. 
Talvez...  Atualmente é difícil - mesmo para um crítico ou curador - posicionar-se efetivamente a respeito de muitas obras, pois como foi mencionado, nossos conceitos são frágeis e efêmeros, assim como nosso estar no mundo. Talvez com o passar do tempo é que poderemos ver o que restou desse período, não só fisicamente no sentido das obras que permanecerem, mas até mesmo em termos de conceitos, propostas e do valor qualitativo das mesmas.

Mônica - 
Artepensando

Red...

"Foi um dia fantástico. Lembro que estive aqui há muito tempo, quando era criança, passeando por Maranello e tentando olhar por cima da cerca. Por isso, estar aqui oficialmente como parte da equipe é fantástico. A possibilidade de pilotar o carro e conhecer o time foi uma experiência única. É uma cor bem diferente para mim, todos estão vestidos de vermelho. Tudo é vermelho! Mas é algo realmente especial para mim e estou ansioso pelo desafio que me espera nos próximos anos".


"Já é inverno e estava muito frio em algumas voltas, mas foi muito bom. É sempre ótimo estar no carro e, de novo, olhar alguns anos para trás, quando eu tinha 11 ou 12, tentando ver Michael Schumacher andando na pista por cima da cerca. Bem, hoje eu estava na pista e vi os torcedores em volta. Você sabe que existem muitas histórias sobre a Ferrari e como é pilotar um carro vermelho. Agora posso confirmar que essas histórias existem. Não é só uma história, é uma lenda real que existe e é muito, muito especial ser parte disso e estar no carro. Vi as pessoas chegando, correndo para a pista e subindo nos muros para ver o carro. Existe, definitivamente, algo de mágico aqui. Nunca mais esquecerei este dia"
Sebastian Vettel.

domingo, 23 de novembro de 2014

Danke SEB!!!

Interligar o piloto com a escuderia nestes últimos anos foi épico. Profissionalismo e desempenho. 
O desafio continua... 
1° Pódio - Monza, 2008
Muitíssimo obrigada! (:

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Eyes...

John Lennon
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one!
Imagine.

Right Under Our Nose...

“DA FELICIDADE
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!”

Colors...


Selfie...





Delicadeza de uma mulher...


Os leves passos de uma bailarina revelam a delicadeza de uma mulher que dança sobre o vento, e com gestos suaves e bem armados desvenda os mistérios de uma canção que nem mesmo o tempo ousou revelar.

Gustavo Nascimento.

Arrisque-se...


Leis...


Se fosse necessário estudar todas as leis, não teríamos tempo para as transgredir.

Von Goethe

Elegância...

Sem elegância no coração, não há elegância.

Yves Saint Laurent

Amor...


O amor é a força mais sutil do mundo.

Mahatma Gandhi

Olhar os lírios do campo...

Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.

Érico Veríssimo.

Aparência...

Princesa Ariel
Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser... 
Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!!
Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso? 


Que desafio, hein?
"... Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..." (Perto do Coração Selvagem - p.55)


Clarice Lispector.

Escolher o jeito de dançar...


Uuuf!


Responsabilidade: Habilidade de resposta...

"Responsabilidade é nossa habilidade natural de gerar respostas para criar a nossa própria vida, sabendo que experimentaremos as consequências de nossas ações.” – Gasparetto.

Um dos grandes divisores entre o grupo de indivíduos que cresce na vida e o grupo que apenas existe, como um animal instintivo, é a coragem de assumir erros. De um lado, aquelas pessoas virtuosas que admitem seus próprios defeitos, sempre na busca sincera pela excelência, para melhorar. Do outro, aqueles fracos que necessitam de bodes expiatórios o tempo todo, que culpam o mundo ao redor pelos seus males, que se colocam como vítimas. Uns são agentes ativos na vida, os outros são passivos diante de tudo. A distinção entre ambos os grupos é gritante.

As ações humanas, por mais influenciadas que possam ser por fatores exógenos, são sempre individuais. Indivíduos agem. A responsabilidade, portanto, deve ser individual. Lembro que responsabilidade vem de habilidade de resposta, fazendo responsável pelo ato aquele que o praticou. Eximir um indivíduo da responsabilidade de seu ato é o caminho certo da desgraça. Pessoas fracassadas costumam sempre depositar a culpa dos seus erros nos outros, de preferência algo bem vago como sociedade, miséria, deus etc. Essas pessoas seriam apenas marionetes, executando ações sem qualquer livre arbítrio. Autômatos guiados por uma força oculta qualquer. Compram assim a tranquilidade de espírito, jogando para outros a culpa dos próprios erros. Jamais saem da completa mediocridade, no entanto.

Penso nessas coisas quando vejo que o julgamento da assassina dos próprios pais irá começar. A garota logo transfere para o ex-namorado a culpa do seu ato bárbaro. Usa a maconha como bode expiatório também. Ela não cometeu o frio e violento ato, segundo sua perspectiva. Foi “levada” a isso. E onde fica a responsabilidade individual?

Extrapolando essa característica para nações inteiras, vemos que os países miseráveis costumam sempre culpar bodes expiatórios externos pela sua desgraça. São sempre vítimas, transferindo a responsabilidade para outros agentes. A receita certa para se perpetuar a miséria.

O filósofo Schopenhauer já aconselhava nesse sentido: “Não devemos procurar desculpas, atenuar ou diminuir erros que foram manifestamente cometidos por nós, mas confessá-los e trazê-los, na sua grandeza, nitidamente diante dos olhos, a fim de poder tomar a decisão firme de evitá-los no futuro”. Um dos “pais fundadores” dos Estados Unidos, Benjamin Franklin, dizia que “os sábios aprendem com os erros dos outros e os ignorantes não aprendem nem com os próprios”. Esse foi um homem que buscou ser melhor a cada dia, sempre trazendo à tona seus próprios erros do passado, para com eles aprender.

O judeu Viktor Frankl, preso pelos nazistas, concluiu que “entre o estímulo e a resposta, o homem tem a liberdade de escolha”. Ele decidiu reagir da melhor forma possível diante daquela terrível situação. Não escolhemos tudo que se passa ao nosso redor, mas escolhemos como reagir a tais estímulos. E o nosso fracasso deve ser sempre uma lição. “Para os vencedores, os fracassos são uma inspiração; para os perdedores, o fracasso é uma derrota”, lembra Robert Kiyosaki. Uns ficam paralisados diante dos próprios erros, e logo partem para as tradicionais desculpas, jogando o problema para fora de si. Outros assumem a rédea da própria vida, entendendo que os erros devem ser enfrentados, assimilados e transformados em valiosas lições, para jamais serem repetidos. 

Afinal, as ações são individuais. A habilidade de responder por elas também. Liberdade individual só pode andar junto com responsabilidade individual. Quem foge desta, se afasta daquela. Só é livre quem assume a responsabilidade pelos seus atos, sem a busca constante por culpados exógenos.


Rodrigo Constantino.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Benevolência...



A verdadeira benevolência não necessita de ostentação;é semelhante ao orvalho que cai do céu.

Shakespeare

Amor...

O Novo testamento foi originalmente escrito em grego, e os gregos usavam várias palavras diferentes para descrever o multifacetado fenômeno do amor. Uma dessas palavras era EROS, da qual se deriva a palavra erótico, e significa sentimentos baseados em atração sexual e desejo ardente. Outra palavra grega para amor, STORGÉ, é afeição, especialmente com a família e entre os seus membros. Nem eros nem storgé aparecem nas escrituras do Novo Testamento. Outra palavra grega para amor era PHILOS, ou fraternidade, amor recíproco. Uma espécie de amor condicional, do tipo, “você me faz o bem e eu faço o bem a você”. Finalmente, os gregos usavam o substantivo AGAPÉ e o verbo correspondente agapé para descrever um amor incondicional, baseado no comportamento com os outros, sem exigir nada em troca. É o amor da escolha deliberada. Tudo na vida é relacional, tanto verticalmente para Deus quanto horizontalmente para o próximo. Cada um de nós tem que fazer escolhas a respeito desses relacionamentos. Para crescer e amadurecer, os relacionamentos têm que ser cuidadosamente desenvolvidos e alimentados. Cada um de nós deve fazer suas escolhas a respeito do que acredita e do que essas crenças representam em nossa vida. Quando Jesus fala de amor no Novo Testamento, usa a palavra agapé, um amor traduzido pelo comportamento e pela escolha, não o sentimento amor. No entanto nem sempre conseguimos controlar o que sentimos a respeito de outra pessoa, mas podemos nos controlar como nos comportamos em relação a outras pessoas. Os sentimentos variam dependendo do que aconteceu na véspera! Nosso vizinho talvez seja difícil e nós podemos não gostar muito dele, mas podemos nos comportar amorosamente. Podemos ser paciente com ele, honesto e respeitoso, embora ele opte por comportar-se mal.
   Trecho extraído de
O Monge e o Executivo - 
James Hunter

Poeira da estrada...

 
Levantei a tampa voltei ao passado
Meu mundo guardado dentro de um baú
Encontrei no fundo todo empoeirado
O meu velho laço bom de couro cru
Me vi no arreio do meu alazão
Berrante na mão no meio da boiada
Abracei meu laço velho companheiro
Bateu a saudade,veio o desespero
Sentido o cheiro da poeira da estrada
Estrada que era vermelha de terra
que o progresso trouxe o asfalto e cobriu
Estrada que hoje chama rodovia,
Estrada onde um dia meu sonho seguiu,
Estrada que antes era boiadeira,
Estrada de poeira,de sol,chuva e frio
Estrada ainda resta um pequeno pedaço
A poeira do laço que ainda não saiu
Poeira da estrada, só resta saudade
Poeira na cidade é a poluição
Não se vê vaqueiros tocando boiada
Trocaram cavalo pelo caminhão
E quando me bate saudade do campo
Pego a viola e canto a minha solidão
Não me resta muito aqui na cidade
E quando a tristeza pega de verdade
Eu mato a saudade nas festas de peão
João Paulo e Daniel.