quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Peão...


Diga você me conhece eu já fui boiadeiro
Conheço essas trilhas, quilometro, milhas
Que vem e que vão
Pelo alto sertão
Que agora se chama não mais de sertão
Mais de terra vendida, civilização
Ventos que arrombam janelas
E arrancam porteiras
Espora de prata riscando as fronteiras
Selei meu cavalo, matula no fardo
Andando ligeiro um abraço apertado
E um suspiro dobrado não tem mais sertão
Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão
A fogueira a noite
Redes no galpão
O paieiro, a moda
O Mate, a prosa, a saga, a sina,o causo e onça
Tem mais não
Oh.. peão!
Tempos e vidas compridas pó, poeira, estrada
Histórias contida nas encruzilhadas
E noites perdidas no meio do mundo
Mundão cabeludo onde tudo é floresta e campina silvestre
Mundão caba não
Sabe que um bom viajante nada é distante
Um bom companheiro não conta o dinheiro
Existi uma vida
Uma vida vivida
Sentida e sofrida
De vez por inteiro
Que esse é o preço pra eu ser brasileiro...
Almir Sater.

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