Não sou sempre flor. Às vezes espinho me define tão melhor. Mas só espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos! M.Q.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
sábado, 13 de dezembro de 2014
Lenda de Sião...
O escriba, que havia sido obrigado a escrever por dinheiro para sobreviver desde sua saída do palácio, olhou para o servo com interesse.
-Como faríamos isso?
O servo apontou para a flor.
-Quero que use sua habilidade com as tintas e pinte as pétalas dessa orquídea de preto.
O escriba franziu as sobrancelhas ao olhar o servo e analisou a planta.
-Sim, é possível fazer isso, mas, quando crescerem novas flores, elas não serão negras e você será descoberto.
-Quando crescerem novas flores, você e eu estaremos a muitos quilômetros daqui, vivendo como o príncipe a quem sirvo - respondeu o servo.
O escriba balançou lentamente a cabeça enquanto pensava na proposta.
-Volte aqui ao cair da noite e você terá sua orquídea negra.
O servo voltou para casa e pediu à esposa que arrumasse seus escassos pertences. Prometeu-lhe que, depois, ela poderia comprar o que seu coração desejasse e que ele daria a ela um lindo palácio, muito longe dali.
Naquela noite, ele voltou à loja do escriba e perdeu o fôlego de alegria ao ver a orquídea negra sobre a escrivaninha. Observou as pétalas e viu que o escriba havia feito um excelente trabalho.
-Está seca - comentou o escriba - e a tinta não sairá nos dedos de quem quiser tirar a prova. Eu mesmo testei. Teste você.
O servo testou e viu que seus dedos não ficaram sujos de tinta.
-Mas não sei dizer quanto tempo irá durar. A umidade da própria planta molhará a tinta. E ela nunca deve ser exposta à chuva, é claro.
-Está boa o suficiente - afirmou o servo, pegando a flor. - Estou indo para o palácio. Encontre-me às margens do rio à meia-noite e lhe darei sua parte.
Na noite de seu casamento com a princesa, e depois de haver compartilhado seu dia de felicidade com o reino, o príncipe entrou em seus aposentos privados.
A princesa estava no terraço, olhando o rio Chaopraya, que ainda estava iluminado com os reflexos dos fogos de artifício disparados para celebrar sua união com o príncipe. Ele foi para perto dela.
-Meu único amor, tenho algo para você. Algo que representa sua raridade e perfeição.
Ele lhe entregou a orquídea negra, que estava dentro de um pote de ouro sólido enfeitado com joias.
A princesa olhou a flor e as pétalas negras como a noite, que davam a impressão de sofrerem sob a pesada cor produzida por sua espécie. A planta parecia cansada, murcha e malévola com sua escuridão antinatural.
Porém, ela sabia o que estava segurando, o que significava e o que ele havia feito por ela.
-Meu príncipe, é primorosa! Onde a encontrou? - ela perguntou.
-Procurei pelo reino, de uma ponta a outra. Tenho certeza de que é única, assim como você.
Ele olhou para ela, com todo o amor que sentia brilhando em seus olhos.
Ela viu aquele amor e acariciou delicadamente o rosto dele, esperando que ele soubesse que era correspondido e que sempre seria.
-Muito obrigada, é linda.
Ele agarrou a mão dela em seu rosto e, ao beijar seus dedos, foi tomado pelo desejo de possuí-la por inteiro. Era noite de núpcias e ele havia esperado um longo tempo por isso. Tirou a orquídeas mãos dela, a apoiou no terraço, abraçou a princesa e a beijou.
-Venha para dentro, minha princesa - ele murmurou em seu ouvido.
Ela deixou a orquídea negra no terraço e o seguiu até o quarto. Um pouco antes do amanhecer, a princesa se levantou e saiu para dar bom-dia à primeira manhã da nova vida dos dois. Ela viu, pelas poças rasas, que havia chovido durante a noite. O novo dia estava nascendo, o Sol ainda estava meio escondido pelas árvores do outro lado do rio.
No terraço, havia uma orquídea rosa e magenta, no mesmo pote de ouro que o príncipe entregara a ela. A princesa sorriu e tocou as pétalas da flor, agora limpas e saudáveis por causa da chuva, muito mais bonita do que a mesma orquídea negra que o príncipe dera para ela na noite anterior. Um suave tom de cinza tingia a poça ao redor dela.
Por fim, ao entender o que acontecera, ela pegou a flor e cheirou seu divino perfume, ponderando sobre o que fazer. Era melhor contar uma verdade para ferir ou uma mentira para proteger?
Alguns minutos depois, ela voltou para o quarto e se aconchegou novamente nos braços do príncipe.
-Meu príncipe - ela murmurou enquanto ele acordava -, a orquídea negra foi roubada durante a noite.
Ele se sentou de repente, horrorizado, pronto para chamar os guardas. Ela o acalmou com um sorriso.
-Não, meu querido, eu acredito que ela nos foi dada apenas por uma noite, a noite em que nos tornamos um só, quando nosso amor floresceu e nos tornamos parte da natureza também. Não podíamos presumir que ficaríamos com algo tão mágico só para nós... E, além disso, ela iria murchar e morrer... E eu não aguentaria.
Ela pegou a mão dele e a beijou.
-Vamos acreditar no poder dela e saber que sua beleza nos abençoou na primeira noite de nossa vida juntos.
O príncipe pensou por alguns instantes. Depois, como amava a princesa com todo o seu coração e estava feliz por ela agora ser inteiramente dele, não chamou os guardas.
À medida que ele envelheceu e a união deles se provou bem-sucedida e abençoada com uma criança concebida naquela noite, e muitas outras depois, ele acreditou por toda
a vida que a mística orquídea negra lhes havia emprestado sua mágica, mas não pertencia a eles.
Na noite depois do casamento do príncipe com a princesa, um pobre pescador estava sentado nas margens do Chaopraya, a algumas centenas de quilômetros do palácio real. A linha de pesca estava vazia havia duas horas. Ele se perguntava se os fogos de artifício da noite anterior haviam espantado os peixes para o fundo do rio. Não pegaria nada para vender e sua família passaria fome.
Conforme o Sol subia acima das árvores da margem oposta para jogar sua luz abençoada sobre a água, ele viu alguma coisa brilhar entre os restos de algas verdes que flutuavam pelo rio. O pescador deixou a vara e entrou na água para pegá-la. Agarrou-a antes que flutuasse para longe e puxou um objeto coberto de algas para a margem. Ao remover as algas, que visão! Um pote feito de ouro sólido, decorado com diamantes, esmeraldas e rubis!
Esqueceu-se da vara, guardou o pote em sua cesta e partiu para o mercado de joias na cidade, sabendo, com o coração transbordando de felicidade, que a família nunca mais passaria fome.
A Casa das Orquídeas -
Lucinda Riley
(páginas de 07 a 11).
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Mudança...
A Mudança, quando feita por influência de outras pessoas, pode ser sinal de fraqueza.
Quando promovida sem prévio aviso, pode causar insegurança.
Mas é quando se muda para adaptar-se a um cenário adverso e imprevisível que revela-se o verdadeiro valor da mudança: em tempos incógnitos, é preciso ter a capacidade de saber decidir rápido, de tomar um caminho melhor com urgência a fim de que muitos danos sejam evitados.
Neste momento, o promotor da mudança revela que é, na verdade, um líder que possui coragem e muitos conhecimentos, para poder guiar as pessoas por muitos caminhos diferentes.
Mas, por maior que seja o preparo deste líder, sempre existem eventos que escapam ao poder das pessoas, e é por isso que toda Mudança deve requerer, sobretudo, sabedoria.
Augusto Branco.
PNL...
É difícil definir “Programação Neurolinguística” (PNL). O sistema original de terapia e autoajuda a adotar o nome foi criado, na década de 70, pelo linguista John Grinder e pelo psicólogo Richard Blander, nos Estados Unidos. Eles propunham que deveria ser possível reproduzir o sucesso de figuras eminentes a partir da imitação do modo de falar, pensar e agir dessas pessoas. Indo um pouco mais fundo, Grinder e Blander acreditavam ter descoberto uma espécie de “linguagem de programação” mental: de acordo com eles, certos modos de comunicação permitiriam ajustar a mente para a obtenção de resultados desejados, sejam eles terapêuticos, econômicos, etc. Em outras palavras, a linguagem – oral, corporal, etc. – “programa” o cérebro.
De lá para cá, a ideia foi abraçada por vários grupos, na interface entre o misticismo New Age e o ecossistema corporativo de consultorias e autoajuda, assumindo formas que vão de seminários que ensinam a caminhar sobre brasas à pregação de doutrinas não muito diferentes da Lei de Atração promovida pela turma de O Segredo. A linguista Karen Stollznow se refere a essa face popular da PNL como “Amway da mente”. “Esses cursos (...) garantem que, se você não mudar sua vida, certamente mudará sua conta bancária”, escreve ela.
O problema com a concepção original da PNL é que, embora pareça fazer sentido, ainda que de um modo meio vago e superficial – “a linguagem programa o cérebro humano” pode ser uma metáfora válida para o processo educacional ou uma enorme bobagem, dependendo de como se interpreta a frase – ela não funciona. Simples assim: seus princípios foram testados por cientistas e determinou-se que não são válidos.
A FELICIDADE EM NÚMEROS...
• 0,98m é a distância de casa, em metros, em que os tweets das pessoas começam a expressar menos felicidade (aproximadamente a distância de casa para o trabalho para quem mora relativamente perto).
• 40% de nossa capacidade de ser feliz está ligada ao poder de mudança, de acordo com a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Riverside, Sonja Lyubomirsky.
• 85 é o número de residentes em cada 100 que dizem ter sentimentos positivos no Panamá e no Paraguai, países mais positivos no mundo.
• 20%. Para 1/5 da população dos Estados Unidos a sensação de felicidade não é afetada pelas flutuações de igualdade de renda do país graças à sua condição financeira.
Ser feliz não é comer sempre o mesmo prato no restaurante que você mais gosta ou gozar de uma vida plena e tranquila; a ciência mostra que a chave para a satisfação pessoal é fazer coisas arriscadas, desconfortáveis e até mesmo desgastantes... (:
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Valor intrínseco e extrínseco...
Há algum tempo atrás responder a essas questões seria talvez bastante provável e possível. Hoje ao invés de responder, nos colocamos mais e mais questões e perguntas a esse respeito. Mudaram os paradigmas que nos norteavam que nos guiavam e possibilitavam "algum acerto" acerca do que seria ou não arte. Não temos mais sólidas referências como no passado, ao contrário nos movemos em terreno movediço, nossos parâmetros não existem mais. Mudaram os códigos de leitura das obras, e hoje temos diferentes códigos para diferentes artistas.
Isso nos leva perigosamente a um pensamento simplista: em arte atualmente vale tudo, daí a dificuldade de leitura, pois existem tantos códigos quantos artistas e proposições. Mas, eu proporia a seguinte questão: onde vale tudo, nada vale. Ou seja, nada tem valor. E esta é uma questão importante quando nos fazemos perguntas a respeito de obras de arte. Então eu traria a seguinte proposta: o valor de uma obra estaria ligado ao seu corpo poético, o equivalente ao corpo espiritual.
Teríamos o corpo físico da obra, seu aspecto concreto, a matéria da qual é formada e sua configuração e dinâmica no espaço. E teríamos o corpo poético da obra, qual um sopro de vida, seu fluxo e refluxo, sua vibração no mundo, sua potência. Muitas obras nos fazem a proposta de existirem efemeramente, mas seu corpo poético permanece vibrando mesmo após desaparecerem fisicamente. Lembro de Hélio Oiticica e de seus parangolés, suas performances.
Ligia Clark e seus objetos sensoriais, suas manipulações in loco no próprio “espectador” de sua obra. Talvez a muitas obras falte esse corpo poético que dá substância e essência a elas e resta tão somente a inexpressiva máscara da aparência.
Talvez... Atualmente é difícil - mesmo para um crítico ou curador - posicionar-se efetivamente a respeito de muitas obras, pois como foi mencionado, nossos conceitos são frágeis e efêmeros, assim como nosso estar no mundo. Talvez com o passar do tempo é que poderemos ver o que restou desse período, não só fisicamente no sentido das obras que permanecerem, mas até mesmo em termos de conceitos, propostas e do valor qualitativo das mesmas.
Talvez... Atualmente é difícil - mesmo para um crítico ou curador - posicionar-se efetivamente a respeito de muitas obras, pois como foi mencionado, nossos conceitos são frágeis e efêmeros, assim como nosso estar no mundo. Talvez com o passar do tempo é que poderemos ver o que restou desse período, não só fisicamente no sentido das obras que permanecerem, mas até mesmo em termos de conceitos, propostas e do valor qualitativo das mesmas.
Mônica -
Artepensando
Red...
"Foi um dia fantástico. Lembro que estive aqui há muito tempo, quando era criança, passeando por Maranello e tentando olhar por cima da cerca. Por isso, estar aqui oficialmente como parte da equipe é fantástico. A possibilidade de pilotar o carro e conhecer o time foi uma experiência única. É uma cor bem diferente para mim, todos estão vestidos de vermelho. Tudo é vermelho! Mas é algo realmente especial para mim e estou ansioso pelo desafio que me espera nos próximos anos".
"Já é inverno e estava muito frio em algumas voltas, mas foi muito bom. É sempre ótimo estar no carro e, de novo, olhar alguns anos para trás, quando eu tinha 11 ou 12, tentando ver Michael Schumacher andando na pista por cima da cerca. Bem, hoje eu estava na pista e vi os torcedores em volta. Você sabe que existem muitas histórias sobre a Ferrari e como é pilotar um carro vermelho. Agora posso confirmar que essas histórias existem. Não é só uma história, é uma lenda real que existe e é muito, muito especial ser parte disso e estar no carro. Vi as pessoas chegando, correndo para a pista e subindo nos muros para ver o carro. Existe, definitivamente, algo de mágico aqui. Nunca mais esquecerei este dia"
Sebastian Vettel.
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