segunda-feira, 6 de junho de 2011

O amor é um pássaro vermelho...


- "Quem encontra um amigo, encontra um tesouro" - sentenciou a senhora Seiko meio fora de hora, mas todos compreenderam que ela lembrava o marido.
Meses e meses de Sol e chuvas alternados. Assim se passou a primavera. E o verão começou como se fosse apenas uma continuidade e não outra estação. O mato era carpido e voltava a nascer. Outra vez vinham com as enxadas. Mas agora as mãos endurecidas já não se machucavam, tão calejas.
Hiromi, olhando as suas, numa tristeza:
- Parecem mãos de velha.
Akira, tomando-se entre as suas, beijou aquelas palmas sofridas. De repente, ergueu os olhos, olhou dentro dos olhos da moça:
- "Não tenho tudo que amo" - disse sorrindo e completou: - "Mas amo tudo o que tenho."
- Está usando ditado brasileiro - disse a moça procurando rir.
Tadashi parou de capinar. Levantou os olhos sentindo o suor escorrer pelo rosto. Percebeu nos olhos escuros de Hiromi e Akira qualquer coisa que os fundia. Estremeceu: "amar é ser feliz, mesmo no sofrimento" - pensou. - "Um dia, terei essa felicidade?" Então lembrou de um dito de sua terra: "O amor é um pássaro vermelho".

Páginas 129 e 130.
(...)

- O amor é um pássaro vermelho? - repetiu Elisa lentamente - Por quê?
- Nem para todas as coisas há respostas, Elisa. Por quê? Será que tudo na vida precisa ter explicação? Será porque um pássaro vermelho, além de representar calor, liberdade, parece ter brotado do Sol nascente como o amor brota em nossos corações?


Página 182.

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